Apesar da Internet existir desde
os anos 60, o seu grande "boom" ocorreu nos anos 90 com
a popularização do e-mail.
À medida que eram oferecidas novas contas gratuitas e distribuídas
para os colaboradores em uma organização, o aumento
de circulação de mensagens ultrapassava o número
de cartas postadas nos correios convencionais.
As organizações passaram a apresentar reduções
nos seus custos de malotes e telefonia, maior compartilhamento das
informações, mais agilidade na tomada de decisões,
melhor documentação dos processos, maior aproximação
entre seus colaboradores e, até mesmo, redução
nas viagens.
Mesmo na vida pessoal, os internautas passaram a ter mais contato
com seus amigos e parentes distantes, agilidade nas informações,
notícias atualizadas, redução nos custos de telefonia
e outras comunicações, além de maior motivação
para a aquisição de seus equipamentos.
Apenas como base, hoje o IG, um dos principais serviços de
correio gratuito no Brasil, comemora a expressiva marca de mais de
9 milhões de contas de e-mail em seu cadastro.
Porém, nem tudo são flores. Hoje com a rapidez e o baixo
custo da comunicação eletrônica, junto com a popularização
da Internet, é comum ter nossas caixas de correios lotadas,
em sua maioria, por correntes e boatos chamados tecnicamente de "HOAX".
Pedidos de ajuda, informe sobre vírus, notícias fantásticas,
dicas maravilhosas e abaixo-assinados, são algumas das mensagens
que lotam nossas caixas postais.
É impressionante o número de internautas que acreditam
nessas mensagens e, sem saber no prejuízo que podem estar causando,
na melhor das boas intenções, encaminham elas a inúmeros
amigos, dando sustentação à proliferação
do boato eletrônico.
Em vários casos, estas mensagens causam grandes prejuízos
para empresas e pessoas, conforme sua intenção inicial.
Porém, como em todo processo de difamação, não
é só o autor que será responsabilizado, mas sim
todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a sua propagação.
Além dos danos acima comentados, todos que recebem estas mensagens
estão com grande possibilidade de receberem arquivos anexos,
com vírus.
Algumas vezes, esses arquivos em formato de "script", arquivo
com um comando de HTML, torna-se imperceptível ao usuário,
contaminando seu equipamento sem que este perceba. Encaminhando a
seus amigos, ainda contamina os demais.
Entre alguns dos famosos boatos conhecidos, existe o de um utilitário
do Windows, o arquivo "SULFNBK.EXE", o qual foi divulgado
como possível vírus instalado nos equipamentos, fazendo
com que vários usuários excluíssem o utilitário
de seus equipamentos. Isto tudo devido ao diferente ícone utilizado
pela Microsoft para este arquivo.
Outro famoso boato foi a respeito de um vídeo exibido pela
CNN sobre os palestinos que comemoravam o ataque ao World Trade Center,
contando inclusive com o nome de um professor da UNICAMP, o qual possuía
a fita original. Tal boato levou a necessidade da universidade emitir
uma nota oficial desmentindo a existência de tal declaração
ou existência da fita.
Exemplos como "Ajude uma criança doente", "Ajude
a encontrar uma criança", "Cuidado com o seu produto
para o cabelo", a famosa campanha da "The American Câncer
Society's", a "Receita do famoso Coockie" e as diversas
correntes de dinheiro que se você interromper irá "ser
atropelado pelo carro do vizinho", "um piano caíra
na sua cabeça" ou outras formas de grande azar, são
alguns dos boatos que todos nós certamente já recebemos,
e quem sabe, já encaminhamos.
Em alguns casos, se a história da criança com câncer
ou desaparecida fosse verdade, esta criança já seria
um adolescente ou quem sabe um adulto.
Porém, se relacionássemos todos os boatos famosos, iríamos
criar um livro ao invés de um artigo. Mas, para aqueles que
tiverem interesse em conhecer mais detalhes sobre famosos boatos,
recomendo visitarem a seção de boatos do site www.infoguerra.com.br.
Provavelmente irão ver alguns que já repassaram ou mesmo
que ainda estão circulando.
Outra recomendação é a respeito da leitura do
artigo escrito pelo Escritório de Advocacia Mendonça
e Figueiredo (www.mendoncaefigueiredo.com.br) sobre a questão
da responsabilidade civil e criminal na distribuição
e divulgação de boatos na rede.
Porém, seguem algumas rápidas recomendações
para aqueles que não querem participar ou contribuir com este
problema da Internet:
1. Antes de mais nada, evite abrir arquivos
que venham de pessoas estranhas, principalmente, se a mensagem possuir
anexos;
2. Se for possível, evite visualizar
suas mensagens em HTML, desabilitando este serviço, pois se
ela possuir um arquivo "script", você nem irá
perceber;
3. Sempre que receber uma mensagem deste
tipo, tente certificar-se da veracidade da informação.
Normalmente é informado um telefone ou endereço eletrônico
para a comprovação. Mesmo assim, verifique a credibilidade
da fonte;
4. Evite, sempre que possível,
o repasse deste tipo de informação.
Mas se você ficar com medo de quebrar a corrente e correr o
risco de não receber uma graça, perder um dinheiro fácil,
do mundo desabar sobre você ou outras desgraças alertadas
pela mensagem, siga pelo menos a última recomendação:
5. Não encaminhe a mensagem da
forma original. Crie uma nova mensagem e copie apenas o conteúdo
necessário. Não é necessário copiar os
cabeçalhos anteriores. Lembre-se que com este procedimento
você estará evitando passar a frente um vírus
que você recebeu.
Boa sorte, e se quiser envie este artigo a um amigo. Afinal isto não
é um boato.
(*) O autor é diretor da Filial Web Soluções
Ltda (www.filialweb.com.br) e do site PortalBARRA (www.portalbarra.com.br)
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